terça-feira, 25 de setembro de 2007

Nariz de palhaço

Era uma vez um País que ficava dentro de um imenso circo (ou um circo que ficava dentro de um País imenso), chamado Pindaíbarama.

Em Pindaíbarama existia uma capital. Na capital, ficava a sede do circo. Na sede do circo, tinha um rei e uns caras que foram escolhidos pelo povo para representá-los. Mas eles não gostavam muito de trabalho, não. Pra mostrar serviço, vez ou outra um aparecia com um projeto. Um foi para permitir o uso de chapéu de cangaceiro no recinto de trabalho. Certa vez, cuspiram a dentadura durante o discurso. Um outro cara foi acusado de ter tido um caso com a mulher barbada e pagar a pensão da criancinha barbada com dinheiro do domador de vacas. O cara disse que era mentira e que ia provar. Enfiou a mão no bolso, cheio de moral, mas em vez de puxar dinheiro saiu uma garrafinha de tubaína com uma laranja dentro. E o pior: foram beber o troço e tinha gosto de cerveja.

O rei de Pindaíbarama tinha a mania de distribuir dinheiro. Ele pegava um monte com o resto do povo, fazia aviãozinho e jogava lá na sede. Até falou pra os bancos: "vocês têm que distribuir dinheiro também". Eles obedeceram, mas diziam pros caras que iam lá, desesperados: "olha, vou te dar 10 petecas reais (era a moeda de lá). Você me paga 200, em 1000 prestações de 0,40 petecas reais. É pegar ou largar". O pessoal pegava.

Em Pindaíbarama existem malabaristas. São meninos, meninas e adultos que ganham a vida jogando bolinhas e bastões para o alto nos sinais de trânsito. Eles conseguem jogar suas bolinhas e bastões para o alto, pegar a grana e cair fora da pista antes que o sinal abra. Tem uns caras que jogam até bastões em chamas. Palmas pra eles!

Em Pindaíbarama existem palhaços. É o resto do povo que lá habita. A maioria das pessoas não gosta de ser palhaço, não. Mas existe uma lei por lá que obriga todo mundo a usar os benditos narizes de palhaço. Ainda bem que não precisa da roupa toda!

Tem mais casos de Pindaíbarama, mas depois eu conto.

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