quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Hoje, enquanto seguia para o trabalho, liguei o rádio e o nosso Presidente estava, naquele exato momento, concedendo uma entrevista coletiva a algumas emissoras de rádio. Os temas das perguntas foram variados: caso Renan Calheiros e sua boiada, prorrogação da CPMF, inflação, crise aérea, etc.
Confesso que em alguns momentos senti ali aquele Lula de antes, que já foi sindicalista e passou a Deputado Federal. Uma figura realmente admirável. E em outros, senti mais ou menos como se ele fosse uma cozinheira e a receita do seu bolo estivesse "desandando".
Já escrevi aqui que estou na Universidade com uma certa ajuda da política de cotas. E devo reconhecer ainda que minha vida melhorou de uns anos para cá, assim como a de muita gente. Mas essa coisa de o povo brasileiro ser o maior pagador de impostos do mundo e ainda assim não ter serviços decentes de educação, transporte, saúde e segurança, não sei não. Isso de ficar com um imposto (não era contribuição?) provisório que não acaba nunca, não sei não. E ainda ouvir o Ministro Mantega e o próprio Lula dizerem que sem ele não vai dar para tocar os programas de governo, pior. Até parece que os recursos da CPMF vão servir para colocar dinheiro em qualquer coisa que não seja saúde. Não foi para a saúde que essa danada foi criada?
Por que o programa Bolsa Família não continuou como no projeto original do Professor Cristóvão Buarque - o Bolsa Escola? E qual benefício vamos ter com essa idéia infeliz de aprovação automática, que é o desespero de qualquer professor?
Se eu pegar o que ganho e sair gastando sem planejamento, depois eu vou ficar na pior. Agora, se eu resolver cortar meus gastos supérfluos, parar de desperdiçar e investir meu dinheiro com sabedoria, daqui a algum tempo já vou ter um bom retorno, certo?
Acho que investir em segurança, educação, transporte e saúde dá retorno, tanto para a população quanto para o próprio País. Mas ainda não entendi que tipo de retorno podemos ter se tudo que nos é arrecadado - no caso da CPMF, contra nossa vontade - é investido na concessão de certos benefícios que são, apenas soluções de curto prazo. E ainda corremos o risco de, no futuro, ter que pagar mais para não ter que ver esse bolo "desandar".

Nenhum comentário: