domingo, 22 de novembro de 2009

Com Toda Pompa e Circunstância?

Sob uma desorganização de dar dó, foi lançado no Festival de Brasília o tão falado filme-comício "Lula, O Filho do Brasil". Acho que custou uns R$16 milhões. Você vai assistir?

Esse filme, antes de qualquer coisa, me parece bem um retrato do que anda acontecendo por aqui: as leis são desafiadas e fica por isso mesmo. Quem financiou esse filme? A Justiça eleitoral, o que acha disso?

Eu não sei que "borogodó" tem o homem. Já confessei aqui que votei nele nas duas últimas eleições para Presidente da República. Da primeira vez, tinha certeza de que ele era o cara. Depois, já meio desiludida, achei que se era para votar nos mesmos picaretas de antes, melhor seria votar nele novamente. Populista. Assistencialista. Esperto. Analfabeto? Bom, isso foi o Caetano quem falou, depois justificou. De qualquer forma eu acho - posso estar errada - que dificilmente ele ganharia a vida como palestrista depois de deixar a Presidência da República.

O que faz, então, com que ele permaneça "maravilhoso e absoluto" no trono? Seus belos olhos? O charme e a beleza? As empreiteiras e os lobistas? O Sarney?

Quer saber? Eu é que não vou ver esse filme.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Aquela Cidade Distante

Naquela cidade distante, abençoada pelas belezas naturais e que um dia foi a mais importante do país, havia gente rica, gente remediada, gente pobre, gente "na pior".

A galera "na pior" queria ter onde morar. Então, essas famílias passaram a ocupar locais alternativos, onde construíram suas casas do jeito que dava. Conforme apareciam as casas, formava-se um aglomerado de tijolos aparentes em ruelas com saneamento mínimo ou nenhum. Lixo em qualquer lugar, e chovendo enchia tudo. Desorganização, abandono e isolamento.

-Pelo menos ninguém paga taxa por nada, né?

O tempo passou. Raramente aparecia por lá para ajudar ou propor algo para melhorar a vida daquelas pessoas. Tinha também um e outro que aparecia e prometia coisas, nunca cumpridas quando conseguia o que queria. Só isso e olhe lá.

Nas comunidades não havia consumo de produtos proibidos. Tudo começou degraus acima. Gente "destacada" é quem comprava e usava, pois era caro.

Um dia, alguém que fazia parte desse seleto grupo teve a idéia de faturar em cima e resolveu financiar a montagem de uma rede. O negócio foi crescendo de forma tal que foi preciso achar mão de obra.

Sabe como é: a gente "destacada" não gostava de fazer qualquer trabalho. Assim, sobrou para a galera "na pior". Altas promessas de grana, de chover na horta, de ser o tal, de ter roupa maneira. Só que as letras miúdas do contrato que escondiam o pior.

Muita gente boa não vendeu a alma a esses apelos e resiste até hoje à violência e ao caos instalados em suas comunidades. O negócio dos produtos proibidos gerou concorrência, que gerou guerra - guerra mesmo - que gerou corrupção. Nem tudo exatamente nessa mesma ordem. E quem deveria combater, tirava vantagem. Bola de neve.

A tal bola cresceu tanto que saiu dos limites da comunidade e chegou à área VIP:

- Aí não, temos que fazer alguma coisa!

Mas a omissão já havia complicado em muito a situação. Agora tem até um produto barato, de adesão-relâmpago, feito com os restos dos restos. Já imaginou o estrago? De arrasar qualquer quarteirão.

Como é que se faz para dar um fim nisso? Invadir a comunidade de qualquer maneira, atrás da mão de obra? Não parecia eficaz; muita gente pereceu e a coisa não se resolveu. Talvez, então, não esteja na hora de começar a rastrear a ala VIP?

Eu sei que o caso da tal cidade ainda não se acabou. É um capítulo novo a cada dia. E todos tremem só de pensar como será o próximo.