quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Quem são Eles? (Parte VII)


Oi, pessoa!

As eleições já estão bem próximas; isso significa que eu tenho que correr. Prometo que ao menos tentarei postar mais alguma coisa ainda essa semana, certo?

Paulo Ramos é o assunto do dia. Candidato pelo PDT (Partido Democrático Trabalhista) sob o número 12, tem como candidato a vice ninguém menos do que o Sr. Carlos Alberto Torres – ele mesmo, o capitão da seleção campeã de 1970.

Nascido e criado em Realengo, oficial da reserva da PM, advogado, administrador de empresas e especialista em políticas públicas pela UFRJ, iniciou sua militância política nos anos 60, tendo lutado contra a ditadura, pela anistia e pela democratização do país, integrando a corrente dos chamados autênticos do antigo partido MDB.
Foi presidente do Clube dos Oficiais da PM/BM em 1985, e principal liderança na luta por melhores salários e condições de trabalho. Tem como luta a valorização do serviço público e dos seus servidores, destacando-se o pessoal de educação, saúde e justiça (planos de Cargos e Salários e demais reivindicações salariais e de condições de trabalho), presidindo mais de 50 audiências públicas promovidas pela Comissão dos Servidores.

Já na área propriamente política, integrou a Frente Parlamentar Nacionalista em Brasília, e coordenou da Frente Parlamentar Nacionalista Estadual na Alerj. Esteve na linha de frente da resistência às privatizações e entrega das estatais brasileiras, foi o segundo Vice-Presidente da Executiva Estadual, Presidente do Conselho de Ética, membro do Conselho Político Estadual e do Diretório Nacional do PDT; foi Presidente da Comissão de Servidores Públicos da Alerj de 1999 a 2003, Presidente da Comissão de Assuntos Municipais e Desenvolvimento Regional Alerj de 2003 a 2006; e desde 2007 é Presidente da Comissão de Trabalho, Legislação e Seguridade Social da Alerj.

Seus mandatos: Deputado Federal Constituinte (1986 a 1990); Deputado Federal (1990 a 1994); Deputado Estadual (1998 a 2002); Deputado Estadual (2002 a 2006 e 2007 até hoje), quase todos os mandatos exercidos como líder da bancada.

Também fez carreira como integrante de CPI’s: Presidiu a da violência política no Estado do Rio de Janeiro (2000), a do acidente com a P-36 (2001), a da Varig (2006 e 2007) e a das irregularidades na área fundiária do Rio de Janeiro (2006 e 2007). Como relator, participou da dos Fiscais na Alerj – 2003, a da que apurou a violência contra policiais (2007) e a da Ampla (2007).

Seu programa de governo aborda quatro temas: segurança, educação, cultura, saúde e transporte. Paulo Ramos propõe uma ação coordenada, de avaliação bairro a bairro, para estudo e observação das diferenças e deficiências de políticas públicas de segurança, saneamento, educação e saúde para traçar metas de atendimento das necessidades nos próximos anos. Os tópicos de seu programa não estão isolados uns dos outros, mas deu para destacar algumas coisas:

1. Saúde:
- Hierarquização de rede, considerando a área geográfica e população de cada região, composta por ampla malha de serviços de atenção básica (especialmente equipes de saúde da família), serviços ambulatoriais especializados, centros de apoio diagnóstico por regiões para maior racionalidade dos recursos; unidades de média complexidade para internação, pronto atendimento clínico e emergência do trauma;
- Melhor remuneração do profissional e das equipes de saúde;
- Ampliação do Conselho Municipal para inclusão de todos os cidadãos, incluindo os portadores de deficiências, mulheres, crianças, idosos, negros, etc., bem como traçar com ele e seus conselhos regionais planos de metas para os próximos quatro anos.
- Combate ao Aedes Aegypt;

2. Educação e Cultura:
- Reestruturação das escolas de ensino fundamental (de 0 a 14 anos), com funcionamento em tempo integral, resgate do projeto dos antigos CIEPS e ampliação de seu sistema de ensino a todas as escolas;
- Formação pedagógica similar para todos os funcionários públicos que estiverem atuando na educação, e mesma diretriz de atenção à criança: seja ela em puericultura, artes, cultura, conhecimentos escolares básicos, exercícios, alimentação, entre outros;
- Escola Formadora de Cidadania (ética, solidariedade, integração social, responsabilidade, urbanidade, etc.);
- Formação integral e gestão participativa para o educador;
- Série de programas – saúde (informação, prevenção de doenças e atendimento, a serem disponibilizadas também para crianças portadoras de deficiências), esporte (educação física), lazer, alimentação (elaboração de cardápio de merenda escolar) e cultura;
- Sistema de auto-avaliação envolvendo funcionários, professores e alunos; instituições de renome e pais de alunos; e avaliação de governo (envolvendo as secretarias de educação, saúde, cultura, esporte lazer e obras);
- curso de aperfeiçoamento e ensino continuado por meio de recursos descentralizados, como ensino à distância por Internet;
- Clubes Sociais dos bairros – com o objetivo de estimular manifestações e atividades de dança, música, exposições de artes plásticas, teatro, cinema, bibliotecas, leituras de obras literárias, poesia entre outras atividades. Toda a política de saúde, centrada na promoção da saúde, contemplará a construção e manifestação de estilos culturais de vida saudável;
- Preservação das manifestações culturais (festas típicas, música, eventos) e geração de recursos para divulgação dessas manifestações.

3. Transportes:
- Redução no excesso de ônibus que circulam pelas Zonas Sul e Centro e aumento no número dos coletivos nas Zonas Oeste e Norte; com redefinição de roteiros e as freqüências e obrigatoriedade no cumprimento dos horários por parte das empresas, e estímulo ao uso do transporte coletivo em vez do individual;
- Licitação de novas linhas de acordo com a lei e a Constituição, com ampla discussão pública e transparência;
- Moralização das concessões e fiscalização dos transportes públicos pelos órgãos públicos, com publicação de todas as informações, através da criação de um setor de Regulação do Transporte Coletivo do Município do Rio de Janeiro;
- Sistema de Tarifa Integrada: uma tarifa local ou de curta distância, outra de média distância e outra de longa distância;
- Integração das linhas por tipo operação e pela natureza do meio de transporte (van, ônibus, trem ou metrô). Prioritariamente, os modais de maior capacidade como trens e metrô serão privilegiados para longas distâncias; ônibus e vans serão direcionados para cobrir médias e pequenas distâncias, preservando-se a concorrência sadia;
- Construção da Linha 6 do Metrô (Barra da Tijuca à Ilha do Governador, integrando os bairros de Jacarepaguá, Madureira, Penha, Aeroporto Internacional e Ilha do Governador);
Construção da Linha 2 em parceria com o Estado (ligando o Estácio á Praça XV, passando pelo Catumbi, praça da Cruz Vermelha, centro e Praça XV).




INFORMAÇÕES RELACIONADAS

MDB – Movimento Democrático Brasileiro – antigo partido de “oposição” ao governo (leia-se ditadura, daí a palavra entre aspas) militar, cujo partido a ARENA (Aliança Renovadora Nacional), fundado em 1966. O MDB é o papai do atual PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro).
CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito – organismo de investigação e apuração de denúncias, que visam proteger os interesses da população brasileira. Tal investigação é sempre conduzida pelo Poder Legislativo (Câmara de Deputados Federais e Estaduais ou Vereadores). Ele transforma a própria Câmara Parlamentar em uma comissão, que é nomeada pelos membros da Câmara e passará a agir em nome da instituição. Quando concluída, a CPI aponta – ou não – os culpados e suas penas. Na maior parte das vezes, acusam alguns, as CPI’s servem apenas como palco para este ou aquele parlamentar ganhar os seus “15 minutos de fama”. Aliás, sabia que essa expressão teve origem numa frase dita por Andy Warhol, famoso pintor e cineasta norte-americano? Ele disse: “No futuro, todos terão direito a 15 minutos de fama”. Este blog também é cultura, pessoa!

Plataforma P-36 - foi a maior produtora de petróleo no mundo até afundar, em março de 2001. Começou a ser construída na Itália 6 anos antes e só ficou pronta em 2000, tendo custado a bagatela de 350 milhões de dólares. Foram duas explosões em uma das colunas da plataforma: a primeira às 00:22 e a segunda às 00:39. Segundo a Petrobrás, das 175 pessoas que estavam no local, 11 morreram, todas integrantes da equipe de emergência da plataforma. Depois das explosões, a água do mar invadiu e tombou-a em 16 graus. Foi o que bastou para que afundasse, apesar das tentativas emergi-la por meio de injeções de nitrogênio e ar comprimido. Para completar a tragédia, havia cerca de 1500 toneladas de óleo a bordo, que foram com tudo para o mar, poluindo tudo à sua volta. O comunicado da agência reguladora (ANP) na ocasião foi que o acidente fora causado por "não conformidades quanto a procedimentos operacionais, de manutenção e de projeto". Ou seja: os mortos foram os culpados. Em 2007 a P-36 foi substituída pela plataforma P-52, construída em Cingapura e no Brasil.

PDT, populismo, Getúlio e Brizola – Populismo é um termo utilizado para designar um conjunto de movimentos políticos que se propuseram colocar o povão no centro de toda ação política, em oposição aos mecanismos de representação próprios da democracia representativa. A fama que o PDT tem de populista vem desde Getúlio Vargas, que era do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), e foi Presidente do Brasil quando a Capital Federal ainda ficava no Rio de Janeiro. Getúlio assumiu o poder com o apoio dos militares. Fechou o Congresso Nacional para aprovar uma série de leis trabalhistas, até então inexistentes. Praticamente colocou os sindicatos no bolso ao restringir suas ações. Construiu muitas moradias populares e tornou-se querido pelas massas. Por outro lado, perseguiu e mandou matar várias pessoas contrárias ao seu estilo. Dizia-se que ele e o ditador fascista italiano, Benito Mussolini, tinham muita coisa em comum; mas o Brasil era muito dependente economicamente dos Estados Unidos, e este, por sua vez, era inimigo da Itália (Primeira Guerra Mundial, Hitler, aliados, coisa e tal). Chegou a ser derrubado, mas voltou ao poder pelo voto popular, onde ficou até 1964 – ocasião do golpe e do suicídio no Palácio do Catete, hoje um museu. E há quem não acredite na versão do suicídio. Depois, veio Leonel Brizola, pupilo de Getúlio, gaúcho como ele e fundador do PDT (1980). Brizola foi exilado por ocasião do golpe e só voltou ao Brasil com a Anistia. Corre a lenda de que ele teria ido atrás de Fidel Castro (presidente cubano até há pouco tempo) e pedido que ele financiasse uma luta armada contra a ditadura. Atendido, teria repassado só uma pequena parte do dinheiro e ficado com o resto; daí a origem das suas fazendas no Uruguai e na Austrália. Foi por duas vezes candidato a Presidente do Brasil, e único governador eleito pelo povo em dois Estados: Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro. Ele e Roberto Marinho, dono-fundador das Organizações Globo e um dos que votaram pelo golpe de 1964, foram inimigos declarados; este foi acusado de fazer várias articulações com o intuito de prejudicar a carreira política de Brizola (pessoa, você tem que ver esse vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=ObW0kYAXh-8 – sensacional!). Brizola foi acusado de ter ligações com o jogo do bicho e ser omisso no combate ao tráfico de drogas (sua filha, Neusinha Brizola, já foi até presa por conta de batidas policiais nos morros). Numa tentativa de seguir o mestre, colecionou desafetos e fez várias obras em locais estratégicos (como o Sambódromo e os CIEPS – Centros Integrados de Educação Pública). Será que Paulo Ramos é pupilo de Brizola?




Fontes:
http://www.pauloramos12.com.br/trajetoria.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_do_Movimento_Democr%C3%A1tico_Brasileiro
http://www.brasilescola.com/politica/cpi.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Plataforma_P-36
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leonel_Brizola

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